Não faz muito tempo! Olhando daqui de cima e observando bem, vejo que quase nada mudou. Não faz muito tempo! Parece realmente que foi ontem. Ali, bem ali onde está aquela casa, tinha um espaço, uma espécie de quadra, sabe? Eu joguei muita bola ali. Éramos doze amigos que todo fim de tarde se reunia e brincava sem cansaço! Tinha João que vinha correndo com a bola como um foguete; parava; olhava; prestava bem atenção; corria; calculava e marcava muito bem o belo gol. Era o melhor de todos, pena que já morreu. Não faz muito tempo e foi bem ali que vivi minha infância. Saudade das jaqueiras, das mangueiras, dos currais. Bom foi o dia que Emanuel chegou com uma caninha braba. A gente se sentou debaixo do pé de caju e tomamos uma pesada. Depois inventei de ir à casa de Maria. Moça bonita... de corpão. Cheguei de fininho e fui entrando. Ela estava no banheiro, nuazinha. Molhadinha toda. Eu tinha uns dezessete anos e ela também. Meu primeiro encantamento!
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