sábado, 14 de maio de 2011

o ontem de minha vida

E eu percebi que o ontem realmente mudou: as pessoas mudaram; a cara do dia mudou; o sol tá mais forte; o mundo já não é aquele - aquele qual? - as ruas estão mais vazias, pois as pessoas estão sumindo - desaparecendo, se escondendo, morrendo - nas praças não têm mais crianças brincando - como eu brincava quando era criança - os olhos das pessoas mudaram; os olhares também; a boca; os seios; os modos de todos os homens; as formas de todas as mulheres; não existem mais 'marido e mulher'; não existe mais nada. 

E cada vez mais observo o quanto o ontem faz falta, quando eu ouvia uma canção de niná para dormir e sonhar com os anjinhos, quando eu saía para a rua e brincava com amigos, quando eu me apaixonava e me trancava no quarto para chorar e amar calado 'como uma sinfonia de silêncio e luz', quando eu sentia o amor existente em minha vida, sem ao menos entender o que seria em sua totalidade. 

Ah o ontem... o do amor, o ontem da paixão, o ontem da solidão. Quanta falta me faz e como é belo perceber que tenho do que sentir saudade, que é uma saudade tão bonita. O ontem me deu uma pessoa e esta hoje não é mais minha e amanhã não me conhecerá mais, porque, como o ontem mudou, o hoje também mudará amanhã.

2 comentários:

Jeff disse...

Meu filho, deixe de se achar tão velho! Ainda haverá muitas portas trancadas escutando teu choro solitário, a medida do amor sem medida... Haverá tanta coisa, Pedrinho. Um xero!

Pedro Simões disse...

Eita amigo resenha... kkkk Te adoro meu lindo!