domingo, 15 de julho de 2012

no despertar do son(h)o

O som tocava na casa ao lado. Som suave capaz de despertar um adormecido de sono não pesado. Abriu as pernas dos óculos, o pôs no rosto, enxergou o quarto. Sentiu o frio que se encontrava por fora dos lençóis grossos, feitos a grosso modo. Fitou a janela, meio aberta, com vento nas brechas e sol entre os ventos. Sentiu entre as paredes as vibrações suaves do lado. Sentiu o cheiro do piano, que cheirava a velho e bem usado, como que experiente e já tocado algumas consideráveis vezes. Foi acostumando os olhos à claridade que logo se faria. Puxou as cortinas de tecido forte aos poucos. A esperança foi se elevando, as ilusões se desfazendo, as ideias clareando, um sorriso puxado por uma harmonia que não se dizia, pois não se sabia.. E logo soube que era um dia de música além da velha parede, que ainda permanecia naquele mundo, que por uns instantes de luz, frio, vento e som, não existiu.

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