segunda-feira, 16 de maio de 2011

E o que era Bárbara?

Ela não sabia o que deveria saber. Ela vivia como uma menina mimada, que chorava e se exaltava em momentos de dó. Bárbara era uma florzinha, tão delicada pobre coitada, tão singela, tão doce menina. Sentia-se a mais bela das meninas, era pernóstica, era sempre ela. E o que a é? As palavras vêm-se contradizendo... Fato é que devem, pois a pobre tem dessas coisas: contradizeres, contra-olhares. E nessas contradições, de que me adiantaria perguntar novamente quem era ela?! Sabe-se por aí que a menina findou sabendo o que deveria. Deveria? Soube e se entendeu, pois como todas as contradições mencionadas, ela também não se decifrava. Bárbara, nome forte de personalidade e carne fraca. Menina molenga, sem grandes estruturas físicas, descobriu-se uma vadia. Soube que era de família. Era seu prazer e o de sua mãe. E esta menina nada mais era que fruto das vadiagens da vida. E esta agora frutificaria outra? Ou outro? Bárbara sorriu, com um singelo olhar e entregou-se de corpo aos povos da cidade. A alma ficou em casa, rezando o lugar dela no céu!

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