quarta-feira, 1 de junho de 2011

o tempo da vida

O tempo é engraçado! Passa correndo, como uma criança brincando de pique esconde. Uma criança que pisa na poça de lama e se mela todo; que tropeça e cai no chão, deixando uma marca eterna no joelho; que nem sabe o que é a vida e apenas brinca, sem razão de pensar nela. Uma criança brincando de pique esconde que tem que procurar a outra: aquela escondida e bater. Bater na parede ou em qualquer outro lugar que se designe como espaço de batida, espaço que se torna tão desejado na brincadeira, pois ninguém quer ser o procurador da vez. Uma criança que se irrita e que até chora quando cansa de procurar e só procurar e quer também poder sair pra se esconder e rir junto aos outros. Uma criança que se esconde e olha bem de longe onde está o procurador pra que este não o encontre, pois senão acaba a graça. Criança esta que não tem preocupação, que não tem que ficar pensando no dia de amanhã com problemas para resolver. Criança que se irrita quando recebe um não, por que queria que tudo fosse sempre ao “sim”.

O tempo é isso: é essa criança. O tempo, que passa tão depressa, nos faz cair no chão e nos machucar; nos deixa perdido certas vezes sem razão.  Tempo que faz com o que procuremos a felicidade, como a criança procurando a outra na brincadeira. Este tempo que nos joga em situações em que há paredes de obstáculos que temos que bater, bater e bater pra poder passar por cima. Tempo que nos põe em situação que cansamos, quando é exaustivo viver à procura da felicidade. Quando choramos por que os “sim” nunca aparecem e aí temos que esperar a próxima vez pra pedir de novo.

É, o tempo é isso: uma criança que não sacia de correr, até que um dia ela cai... e...

Se levanta pra brincar de viver de novo.

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