segunda-feira, 12 de setembro de 2011

no canto de parede

Eu abri a porta, não vi ninguém, nem mesmo a poeira que ali estava sentada quando saí, nem o pó das coisas, nem mesmo uma carta, um bilhete, talvez, nem aquele retrato, nem a viola e os discos antigos, nem a santa que enfeitava o móvel da frente, nem a cadeira, onde sentava a pequena moça, os cabelos, nem isso, soltos no chão. A porta apenas batia, aberta e eu ainda tentava enxergar de longe algo que me confortasse. Ah havia sim, algo que estava no canto de parede. Era um lenço, branco, meio sujo, já que estava no chão. E assim dizia: amo você. Escrito de batom vermelho, cor forte, para destacar bem as letras... Tinha miopia!

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