sábado, 22 de outubro de 2011

menina

Depois encasulei-me. Talvez um lugar onde eu podia esquecer todas aquelas lágrimas que partiram assim, do nada, sem ao menos ter dado tempo de dizer adeus. Os bardos me falaram alguns versos, outros cantarolaram, mais alguns falaram nada. Parei, olhei aos arredores. Notei a menina que corria na rua e que me pedira com os olhos um pé de orelha. Eu poderia ter sentado no banco da praça, na grama ou mesmo na areia. Eu poderia ter trocado algumas palavras, puxado um sorriso no canto do rosto ou derramando uma lágrima. Poderia saber dos anseios daquela criança, ou ter brincado com ela também. Poderia até mesmo ter aprendido alguns modos, mesmo que fosse indiretamente e ter me sentido de novo criança. Mas não. Eu saí andando e me perdi. Não me encontrei e também não fui achado. Era apenas uma criança e seus versos eram inocentes. Era um todo de poesia: um pequeno corpo com grandes versos.

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